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Como comprar o meu próximo carro ou porquê da paixão pelo Car Play

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Há alguns meses atrás, Apple desvendou a sua estratégia para conquistar o mercado de entretenimento automóvel. Mesmo que ainda não saibamos muito acerca do CarPlay , é interessante pensar um pouco sobre as novas perspectivas que ele oferece, de ambas os pontos de vista tanto do utilizador final como dos criadores de conteúdo.

Ao falar com o Jérôme e a Arianna , eu apercebi-me que isto poderia mudar radicalmente a maneira como eu penso sobre carros.

Nota de isenção: Eu admito ser um viciado em Apple e a minha opinião acerca do CarPlay é muito entusiástica. Obviamente, que esta lógica aplica-se também a produtos semelhantes mesmo que sejam de outras empresas.

Como comprei o meu veículo atual

Há dois anos e meio atrás eu decidi comprar um carro novo. Depois de ver todos os modelos disponíveis, eu finalmente decidi manter-me fiel ao meu fornecedor (que é também o meu vizinho) e escolhi o Alfa Romeo MiTo.

Eu estava à procura de um carro que fosse pequeno e fácil de conduzir e estacionar na cidade, mas potente o suficiente para me divertir a guiar nas ruas cheias de curvas de Córsega. A versão motor a gasolina da MiTo preenchia todos estes requisitos, por estar disponível com um motor potente a um preço razoável.

Eu fui ver o meu fornecedor e após falarmos por breves momentos encontrámos o modelo que melhor se adequava. Depois, ele começou por tentar convencer-me a comprar as opções extra.

Eu sempre pensei que a função principal de um carro fosse levar-nos de um ponto para o outro da forma mais fácil e confortável possível, então os extras oferecidos pelos fabricantes soavam sempre extremamente superficiais.

Mas acontece que o motor que eu escolhi veio com um pacote de equipamentos standard, e eu não vi o sentido em pagar extra por vidros retrovisores cromados, rodas maiores, ou algum outro tipo de gadget.

Apenas duas opções realmente me interessavam: o pneu sobresselente (o que não existe nos carros novos) e o que está relacionado com o sistema áudio do veículo.

De facto, parece que os criadores de carros estão a empregar uma estratégia particular de sucesso. O sistema estereo que vem com o carro tem todas as funções básicas que eu esperava, incluindo o rádio, leitor de CDs (que lê ficheiros MP3!) e botões de controle no volante.

Por um preço de quase 10% do valor total do carro, eu pude fazer um upgrade (apesar de não ter a certeza se esta é a palavra certa...) para outro modelo, capaz de:
- conectar o meu telemóvel via Bluetooth (para carros apenas)
- um sistema GPS integrado no carro

Nem é preciso dizer que não precisei de muito tempo para pensar. Eu pensava que isto era um roubo, tendo em conta que podia ter as mesmas opções já no meu telemóvel, com alguns acessórios sem custos. Então, eu escolhi ficar com o sistema de áudio inicial, pois não me parecia razoável gastar tanto dinheiro em funções tão simples. Basicamente, não havia nada que despertasse o meu interesse.

Como é que vou comprar o meu próximo veículo

Logo, a forma como eu pensava sobre entretenimento automóvel seria bem diferente. Por mais que eu gostasse de usar as funções do meu iPhone, eu não me interessava muito por poder fazer chamadas via Bluetooth.

Uma das coisas que eu mais aprecio sobre o ecossistema da Apple é fluidez na integração entre dispositivos diferentes. Se ouviste o último keynote da Apple, neste mês, deves até saber que esta é uma das funções principais do novo OS e por consequência todo o ecossistema Apple.

Sou uma espécie de geek e um viciado em produtos Apple, porque sempre me sinto em casa neste ecossistema (apesar de admitir que este sistema pode ser um pouco fechado e restritivo). Os meus olhos estão colados ao meu iPhone 80% do tempo, no escritório, eu trabalho todo o dia no meu Macbook Air e em casa, se não estou no meu iPad, podes encontrar-me na minha Apple TV a ver concertos ou filmes, quer seja diretamente do catálogo do iTunes ou via iMac que utilizo principalmente como recurso recreativo. E tudo isto conectado e com back up na Cápsula de Tempo.

Basicamente, podes ver que a única coisa que falta é o carro e é aí que o CarPlay entra.

Eu penso que o CarPlay pode realmente preencher a lacuna desta arquitetura.

Eu não estou a dizer que eu não estou interessado no design e no motor do próximo carro que comprar, mas conhecendo que a tecnologia do CarPlay existe, eu não farei outra escolha.

Basicamente, o que estou a tentar dizer é que ainda que eu não estivesse interessado em pagar um valor elevado por uma peça com um design pobre criada pelo fabricante da marca, eu estarei disposto a pagar se me trouxer valor real (para não mencionar o facto de que o marketing da Apple muito provavelmente me convenceria). Claramente, eu tenho muito mais confiança na capacidade da Apple de desenvolver um produto que é fácil de usar, mas que qualquer fabricante de carros. E também garante que o produto irá progredir com continuidade, ao contrário da maioria dos sistemas pré-instalados que permanecem estáticos ao longo do tempo.

Apps e CarPlay

Neste momento, apenas alguns poucos fabricantes oferecem CarPlay nos seus veículos e temos pouca informação sobre como o sistema pode ser integrado com as apps móveis, pré-existentes ou não.

A única coisa que sabemos com certeza é que o carro funciona quase como um segundo ecrã e que algumas apps podem usá-lo para apresentar a informação.

Além das possibilidades que isto possa oferecer para as apps com a função prática, especialmente para os que usam a geolocalização, ou apps de música, tais como o Spotify, claramente parece ser potencialmente útil para apps baseadas em conteúdo.

O uso mais lógico parece ser ouvir os podcasts com uma app, apesar de outro tipo de utilização pode ser considerada, tal como por exemplo um breve resumo das últimas notícias.

Esperar para Ver

A lista de fabricantes que já oferecem a integração CarPlay em alguns modelos está disponível no site da Apple. Outros irão surgir nos próximos meses e alguns fabricantes de equipamento automóvel anunciaram a introdução de sistemas de substituição.

Pode levar algum tempo até que esta tecnologia se torne um lugar comum, mas tendo em conta a posição de risco que os gigantes da indústria automóvel podem tomar com esta opção, de qualquer forma parece-nos ser seguro assumir que algum dia será de facto um lugar comum.

Pessoalmente, não posso esperar. E tu?